Um estudo realizado pela NASA concluiu que o planeta Marte já
abrigou um oceano que tinha um volume maior do que o oceano Ártico e superfície
próxima ao tamanho do oceano Atlântico.
Cerca de quatro bilhões de anos
atrás Marte possuía água líquida suficiente para cobrir toda a superfície com
uma camada de 137 metros, mas os cientistas acham que é mais provável que essa
água estivesse concentrada no hemisfério norte do planeta, onde seria possível
encontrar fossas de até 1,6 quilômetros.
De acordo com Geronimo
Villanueva, cientista da NASA do Goddard
Space Flight Center, e autor principal do artigo publicado no dia 5 de
Março na revista Science, “O estudo
fornece uma sólida estimativa de quanta água houve em Marte, determinando
quanta água foi perdida para o espaço”.
Para o artigo foram utilizados
dados coletados durante seis anos por três telescópios, o Very Large Telescope
ESO, no Chile, o Observatório W.M. Keck, no Havaí, e o Telescópio Infravermelho
Facility da NASA. Com os dados coletados foi possível observar que Marte dispõe
de dois tipos de água na atmosfera; uma é a água comum, H20, formada por dois
átomos de Hidrogênio normais, sem nêutrons, e um de Oxigênio; e outra forma de
água, conhecida como HDO, que é chamada de água semipesada, onde um dos átomos
de Hidrogênio é um deutério, o que ocasiona numa molécula mais pesada.
Ao comparar a proporção
entre HDO e H20 na atmosfera marciana através das medições com a proporção
encontrada num meteorito de Marte, de aproximadamente 4,5 bilhões de anos, eles
descobriram qual foi a taxa de H20que escapou para o espaço, o que tornou
possível estimar a quantidade de água que o planeta possuiu no passado.
Com os telescópios as
distribuições de HDO e H20 foram fotografadas ao longo de seis
anos, o que equivale a 3 anos marcianos, com as fotografias foi possível
visualizar mudanças de estação e microclimas no planeta, mesmo apesar de o
planeta ser essencialmente um deserto.
Os pesquisadores se
preocuparam em medir a água nos pólos norte e sul, pois essas são as regiões
onde, atualmente, há mais água. Após compararem os dados concluíram que o
planeta perdeu um volume 6,5 vezes maior do que o atual, o que indicaria
um oceano primitivo de aproximadamente 20 milhões de quilômetros cúbicos.
Ao observar o relevo de Marte, os
pesquisadores acreditam que esse oceano se encontrava no hemisfério norte, pois
nessa região o relevo é mais baixo do que o resto do planeta. A superfície
submersa equivaleria a 19% de todo o planeta.
De acordo com Michael Mumma,
cientista do Goddard Space Flight Center,
devido ao grande volume de água que existiu no planeta, Marte possuiu água
líquida por um período de tempo maior do que antes se acreditava, o que sugere
que o planeta foi habitável por um bom tempo.
Fontes:
“Mars: The planet that lost na ocean’s worth of
water”. ScienceDaily. Science Daily, 5 de Março de 2015. Disponível em:
< http://www.sciencedaily.com/releases/2015/03/150305140447.htm>
“NASA Research Suggests Mars Once Had More Water than Earth’s Arctic
Ocean.” NASA, 5 de Março de 2015. Disponível em: <http://www.nasa.gov/press/2015/march/nasa-research-suggests-mars-once-had-more-water-than-earth-s-arctic-ocean/#.VQDZ3CvF-AU >
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